O último a sair fecha a porta #53
- 10 de nov. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 25 de abr. de 2023

Coloquei a bicicleta na rua hoje cedo, girei três vezes o pedal e senti o vento fresco que anunciava a chuva. O sol aquecia o meu rosto e o tempo escuro ia ficando para trás conforme eu aumentava a velocidade. No fone tocava aquela música do Daniel Caesar e uma estrofe que dizia: me deixe lutar por isso, me deixe conquistar.
Meu olhar se dispersa no horizonte e automaticamente em minha frente se faz o seu reflexo no espelho, os teus olhos por cima do meu ombro, as tuas mãos no meu corpo e o nosso amor em segredo. Eu deveria ter aproveitado mais e só de ter essa lembrança pra sempre comigo, eu já agradeço. Mas sim, eu queria lutar por aquilo que tínhamos. Eu queria ficar.
Tenho uma memória de elefante e ela tem me feito bem nos momentos de saudade. Esses são os que ficaram por aqui, apenas os momentos de saudade, afinal, eu já nem te conheço mais.
Nem sei o que você ouve agora, se está se cuidando, se ainda enrola pra dormir e capota na sala, estou te desconhecendo aos poucos.
O vento voltou, ele quer trazer a chuva, insiste e eu simplesmente paro, sento e respiro.
Já rodei quarenta quilômetros e o meu cardíaco ainda dói.
Eu não seu mais o que fazer para te esquecer, preciso fechar a porta.
Com amor,
Kauany.
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